...E depois do sentimento de que o dia da partida estava
muito distante, chegou a hora.
A partida! Sempre muito difícil.
Nessa hora batem dois
sentimentos. Por um lado a vontade de viajar e conhecer novos lugares. Por
outro, a dificuldade de deixar para trás a família.
Alberto Granado disse em uma entrevista que para uma viagem
como a que ele e Che Guevara fizeram a
pessoa deveria se desligar de tudo e de todos.
Não foi o que fiz,
mas essa é uma verdade.
Meu parceiro de viagem foi o Marcio Ramos, com uma
Kawasaki Versys 650. Eu fui com uma
Yamaha TDM 900.
Dia 7
Saímos do ponto de encontro à 8h30min da manhã. O
Ricardo Cimirro nos acompanhou até Santa Maria, voltando a Porto Alegre em seguida. Beleza a companhia do amigo.
Nesse dia percorremos 615 km até São Borja, onde passamos a
noite.
Paramos na primeira posada que encontramos. Muito simples,
mas boa o suficiente para um pernoite. Café da manhã razoável. Chama-se Hotel Avenida.
Dia 8
Durante a madrugada choveu bastante, mas de manhã a
chuva já havia parado. Saímos por volta de 8h da manhã em direção a Presidencia
Roque Saenz Peña, 578 km a frente.
Fato
negativo foi que em Corrientes, próximo a ponte a polícia nos parou e inventaram
irregularidades. Resultado: fomos
ROUBADOS. Depois de muita conversa o policial disse que poderíamos acertar com
ele, assim pagaríamos o valor correspondente a uma muita. Desembolsamos
R$350,00 cada um. Uma vergonha para um país que recebe muitos turistas
brasileiros. Seguimos viagem, sem mais problemas.
Logo
após Corrientes começou uma chuva e muito granizo. Custamos encontrar abrigo.
Dê-lhe granizo no côco.
Sob um
calor infernal de 40º celcius percorremos a RN16, que é uma imensa reta, com
pouquíssimos locais de sombra e totalmente desabitada. De quando em quando
pequenos vilarejos muito humildes.
Ficamos no Hotel Orel , na área central. Hotel simples mas bom.
Nessa parte da cidade as ruas são parecidas
com a R.Voluntários da Pátria em Porto Alegre, cheias de lojas populares e
muita gente.
Dia 9
Após um café muito pobre, como de resto em toda a
viagem, partimos para a cidade de Salta, 650 km pela RN16, ainda muito quente,
desértica e poeirenta.
Esse percurso é muito monótono, intermináveis retas. Após
Monte Quemado a estrada ficou muito ruim, muitos remendos mal feitos.
Próximo a Salta avistamos as primeiras montanhas.
Chegamos a Salta por volta das 17h.
Na praça central curtimos bastante a movimentação dos fiéis.
Dia 10
Combinamos de sair mais tarde, pois o percurso era
curto (170 km). Levantei às 7h, arrumei a bagagem e fiquei esperando o Márcio
para tomarmos o café. Logo na saída do hotel nos separamos, devido aos
semáforos. Resolvi voltar ao hotel para nos encontrar novamente. Ele já estava
lá à espera.
Próximo a Tilcara o visual, apesar de desértico, é
fantástico. As montanhas são multicoloridas; as casas dos pequenos povoados são
simples e da cor da terra, devido a poeira.
A idéia inicial era passarmos um dia a mais em Tilcara, para
adaptação a altitude. Chegamos em Tilcara ainda pela manhã. Cidadezinha muito pequena com muitos aclives e declives,
cheia de turistas. Não encontramos vaga nos hotéis. Resolvemos retornar e ficar
em
Purmamarca.
Decisão acertada, pois a cidade, também pequena, me pareceu mais atraente.
Hospedamo-nos no Hostal Pumahuasi. Excelente. Bem atrás desse hotel tem o Hotel El Refugio de
Coquena. Vale à pena conferir.
Aproveitamos a luz do dia para conhecermos a
cidade e comprar alguns “regalos”. À noite jantamos em um restaurante muito
aconchegante. Escolhi o prato de nome “Salteado de pollo”. Excelente. Eu não
sou da cerveja, mas não resisti à cerveja de nome
Salta .
Fato interessante é que, até agora, o pessoal que usa moto
não usa capacete e leva 2 a 3 pessoas
na carona. Loucura!
Purmamarca fica junto a RN 52, que leva ao Paso de Jama. É
rodeada de montanhas peladas, como de resto toda a região. Essas montanhas dão
uma cenografia interessante para algumas fotos. Não pude resistir.
Como não tivemos problemas de altitude (2.324 msnm)
decidimos, no dia seguinte, atravessar os Andes. Então, bons sonhos.
Dia 11
Esse foi o dia em que saímos mais tarde, para lá
das 9h30min. Decisão errada.
Mais ou menos a 62 km de Purmamarca paramos para conhecer as
“Salinas Grandes”, uma grande reserva de sal. Rodamos de moto por cima da
salina. Incrível!
Não demorou muito para começarmos a subida. Neve? Pouca. A
pista, em alguns trechos estava escorregadia, pois, apesar do asfalto bem
áspero, havia uma fina camada de gelo em alguns locais. Algumas escorregadas,
mas nada sério, sem tombos.
Em um belvedere paramos para contemplar e fotografar. O visual é incrível, montanhas peladas com riscos de neve.
Com relação à altitude não tive problemas, sequer notei o
quanto alto estávamos. No entanto, durante uma parada, ao empurrar a moto para colocá-la em um
lugar mai seguro, senti um cansaço prematuro. Nesse momento me dei conta da grande altitude que havíamos atingido. O Márcio, por sua vez, teve dores de cabeça.
Paramos várias vezes para fotografar e filmar.
Chegamos à aduana perto das 17h30min.
Na aduana tivemos que registrar a saída da Argentina e entrada no
Chile, foi um processo lento e um pouco tenso, pois nunca se sabe o que esse
pessoal pode “cavar”. Não tivemos problemas.
Às 18h estávamos liberados. O sol estava se pondo e ainda
tínhamos 100 km até começarmos a descer.
Temperatura? 4.2º Celsius. Sensação térmica negativa.
Diferente do lado argentino, o lado chileno estava tomado de
gelo e neve. O acostamento da estrada, em certos pontos, tinha muralhas altas
de gelo, não sei o que havia por baixo. Paramos para nos agasalharmos melhor.
De minha parte o que me incomodava eram as mãos, pois o frio tirava a
sensibilidade dos dedos, dificultando o manuseio dos controles da moto.
O lado positivo da altitude é que se respira com mais
facilidade, pois a pressão atmosférica é menor.
Não sei se foi o vento, o frio ou a altitude, mas não tinha
como colocar 6ª marcha, pois a moto perdia rendimento. Tive que ficar com a 4ª
e 5ª marchas.
Começamos a descer. Era incrível ver no termômetro a
temperatura aumentando rapidamente, conforme descíamos. Passamos dos 4,2º para
21º rapidamente, em poucos quilômetros.
Alívio, pois no topo da cordilheira fiquei preocupado, porque se
tivéssemos algum problema lá em cima, seria complicado “desenroscar o rabo do
porco”. A impressão que tenho é que éramos os últimos a atravessar os Andes.
Teríamos que apagar as luzes.
Chegamos em San Pedro por volta das 21h, ainda tremendo de
frio.
Como nem eu nem o Márcio estávamos dispostos a procurar
hotel, fomos direto ao que eu tinha como referência.
Ficamos no
Hotel Corvatsch
.
Parece-me que é o hotel mais sofisticado
e caro de San Pedro.
À noite jantamos e eu provei um vinho chileno. Como não
tomei toda a garrafa, levei para o hotel. No final tive que deixar o chileno
para trás, pois não tinha como levar uma garrafa de vinho nos baús.
Sugestão: Para atravessar os Andes a partir da Argentina o ideal é pousar em Susques. Na beira da
estrada eu vi dois hotéis. Assim no outro dia de manhã cedo se pode começar a
travessia da cordilheira, sem pressa, podendo apreciar a paisagem.
Dia 12
Após o café fomos procurar um hotel mais simples. Encontramos o
Takha-Takha. Escolhemos dois quartos com banheiros compartidos, ou seja,
banheiro compartilhado, fora do quarto. O ambiente do hotel é bacana, mas para
quem não gosta de um ambiente muito simples, com certeza esse não é o
hotel. O atendimento é ótimo.
Aproveitamos o dia para conhecermos o povoado.
Almoçamos em um restaurante e a depois passamos em um
mercado para comprar algo para a janta no quarto.
A partir desse dia tive problemas com o GPS, que desligava a
todo o momento, além de indicar caminho diferente do GPS do Márcio. Às vezes
seguíamos o meu GPS outras vezes o do Márcio.
Outro problema, o alarme a minha moto estava com problemas e
desligava seguidamente, desligando o motor. Tive que desativá-lo.
Dia 13
Não consegui dormir direito; levantei às 3h30min
para me preparar para o passeio aos geysers.
Me impressiona a falta de vegetação, principalmente nas montanhas. Um herbívoro aqui morre de fome, pois esses morros são mais
carecas que o
Yul Brynner .
A saída para os Geysers foi às 4h da manhã. Quando chegamos ao
parque, o termômetro marcava -9º (nove graus negativos) Celsius. Foi preparada uma mesa
para que fizéssemos um café da manhã. Eu
havia levado uma garrafa plástica com água, que acabou congelando.
Os Geysers são incríveis. Muita fumaça pela evaporação da
água em altíssima temperatura e gases que brotavam do interior da terra.
Na volta paramos para conhecer de longe o vulcão “Putana”,
que continua ativo. Pode-se ver uma fumaça saindo de seu cume.
Ao longo da estrada havia cactos imensos. Conforme a guia
eles crescem 2 cm ao ano. Alguns, como pude comprovar, tinham até 4m de altura.
Usando a matemática se conclui que tinham 200 anos.
Ao meio-dia já estávamos de volta.
Às 16h fomos visitar o Valle de La luna e o Valle de La Muerte.
O Valle De La luna parece um pós-guerra, buracos e crateras.
E precisa ir pra lua?
No Valle de La Muerte, o guia nos deixou em um determinado
ponto e fizemos uma caminhada até o ponto onde ele ficou nos esperando. Valeu para que pudéssemos, em nosso ritmo,
conhecer o lugar. Fantástico!
Para esses passeios o ideal é contratar uma empresa de
turismo, pois os caminhos são muito ruins para ir de moto.
Dia 14
Inicialmente nossa proposta era conhecer o Deserto
do Atacama e voltar. Conforme fui desenvolvendo o roteiro, percebi que
poderíamos dar uma esticada e conhecer o Pacífico. Assim foi feito. Partimos
cedo de San Pedro e fomos em direção a Calama e Tocopilla, terminando o dia em
Antofagasta.
Calama é a cidade do cobre, do rio Loa e da equipe de
futebol Cobreloa. O movimento nas
estradas é grande, voltado, principalmente, à extração do cobre, sua principal
atividade. Passamos batido.
Nos dias 18, 19 e 20 o Chile comemora a independência. O
governo estendeu o feriado para os dias 16 e 17. Uma semana, pode? Assim, o movimento nas estradas era um pouco
maior que o usual.
Chegamos em Tocopilla, já no Pacífico, por volta do
meio-dia. Paramos em um posto de combustíveis para um lanche. Circulamos
lentamente pela cidade, seguindo para Antofagasta.
Como todas as cidades que conhecemos
nessa travessia pelo Pacífico, Tocopilla é pequena, limitada pelo mar de um
lado e pelas montanhas de outro. Vale à pena passar uns dias.
As estradas são ótimas, mas o vento é constante e forte.
Por toda a RN 1 passamos por mineradoras. Encontramos uma
construção em ruínas que pertencia a uma mineradora que foi desativada. Ficaram
para trás construções em ruínas e escavações.
Em Antofagasta ficamos no hotel IBIS, excelente, mas sem
café da manhã.
É uma cidade grande com um porto movimentado e ligado a uma
ferrovia, que pode ser vista da RN 1, cortando as encostas dos morros. Antofagasta é a maior cidade de todas que passamos no Chile.
A região desértica continua. Nessa cidade, para manter o verde eles possuem
irrigação artificial em algumas áreas.
Nesse dia a temperatura variou de 5° a 22º.
Dia 15
Saimos de Antofagasta percorrendo a avenida
beira-mar (lembra Montevideo).
A partir de Antofagasta pegamos a RN 5, que segue a linha do
mar. A paisagem não mudou. Montanhas altas e peladas de um lado e o mar
transparente e verde de outro.
Em toda a RN 5 encontramos junto ao acostamento pequenas
construções que representavam as pessoas mortas, provavelmente em acidentes no
mesmo local. Fiquei sabendo que esses túmulos não são mexidos. Se for preciso
construir uma estrada eles fazem um desvio, mas não tiram o túmulo.
No km 1305 visitamos o monumento “Manos do desierto”. Uma
escultura de rocha em formato de mão no meio do nada. Interessante!
Como TalTal ficava a mais de 300km de Antofagasta, achei que
poderíamos ter problemas de abastecimento. Felizmente em Chañaral pudemos abastecer.
Um posto não tinha gasolina, o outro estava com uma fila grande de carros.
Entramos na fila e esperamos. Num dado momento terminou a gasolina numa das
bombas. Lentamente a fila foi andando.
Nessa cidade a dificuldade era a ventania, que levantava uma
poeira, que tornava difícil a respiração.
Seguimos pela RN 5 em um trecho bastante ruim, pois estavam
reformando a estrada.
Almoçamos em TalTal, uma cidadezinha prensada entre as
montanhas e o mar. Como as anteriores, é muito bonita. O restaurante era muito
bonito e boa comida.
Chegamos em Copiapó por volta das 19h.
Jantamos no próprio
hotel.
Demos um tempo e fomos dormir.
Dia 16
O dia amanheceu e o termômetro marcava 1,5º Celsius. Como
as motos ficaram a céu aberto, os bancos ficaram cobertos de gelo. Não tivemos problemas em acionar o motor das motos.
Depois do café partimos em direção a Los Vilos. O hotel que ficamos é muito ruim (hotel El Signo). Não
recomendo.
E o vento? Implacável.
Demos uma volta pela cidade. Pequena e muito bonita. Um dia volto a essa cidade.
A janta foi no próprio hotel, onde eles prepararam umas
pizzas razoáveis. Como estávamos com muita fome pedimos uma pizza para cada um.
O problema foi que a massa era muito grossa, assim não conseguimos comer nem a
metade de cada pizza. Desperdício!
Sem mais a fazer nessa cidade foi cada um para seu quarto
descansar.
Dia 17
Se o hotel é
ruim, o que falar do café da manhã. Era
café preto (cadê o leite) ou chá, pão e manteiga. Não precisa dizer mais nada.
Era o que tinha, aceitamos resignados.
Às 7h30min já estávamos na estrada. O termômetro insistia em
baixas temperaturas. Marcava 7,5º.
Destino: Los Andes, onde iniciaríamos a subida e travessia
dos Andes.
Durante o percurso até Los Andes o termômetro variou de 3,9º
a 9º.
Seguimos pela RN 5 até Llailay, onde pegamos a RN 60.
A partir de Los Vilos parece que retornamos a Terra. O verde
nas montanhas e as grandes árvores começaram a aparecer.
Chegamos em Los Andes por volta das 10h.
Abastecemos as motos e fomos até a sede dos carabineiros nos
informar se o paso (travessia dos Andes) estava liberado. Infelizmente estava
fechado, pois estavam retirando neve da pista.
Ao meio-dia o paso foi aberto e começamos a subida. A
temperatura variava entre 3° e 6º.
Não só a altitude, mas a paisagem era de tirar o fôlego.
Neve e gelo por todos os lados. Paramos várias vezes para registrar.
O lado chileno dos Andes tem muito mais neve que o lado
argentino. Isso se deve ao fato de estar
mais próximo do mar.
O paso é composto por vários túneis. Uns pequenos outros
maiores. Muito bonita essa travessia.
Quando estávamos a 1 km da aduana, um policial nos
direcionou para uma fila de carros. Motos, só as nossas e mais duas um pouco
mais adiante.
De repente, os motociclistas a frente resolveram sair da
fila e seguir adiante. Não tive dúvidas, falei para o Márcio para “furar a
fila”. Ele não gostou muito da idéia, mas eu fui em frente; logo, ele estava
junto.
Chegando à aduana outro policial disse que deveríamos voltar para a
fila. Argumentei que estava anoitecendo, fazia frio e estávamos de moto. Ele me
disse que também estava com frio (hehehe). No final nos disse para falar com o
superior dele. Concordei. Fomos em frente, lentamente chegamos ao início da
fila. Resolvi não falar com o tal superior. Parei ao lado, no início da fila e
aguardei uns instantes. Desci da moto, me fiz de desentendido e fui perguntar
ao policial que coordenava a entrada dos veículos na aduana o que eu
deveria fazer para seguir viajem (como se não soubesse). Ele me disse para
aguardar uns instantes que nos chamaria. Dito e feito, momentos depois
estávamos dentro do prédio da aduana. Ali o processo foi complicado, mas
rápido. A aduana é um grande prédio, tipo ginásio, onde existem várias cabines
onde ficam os funcionários. Os carros vão passando nas cabines para os
procedimentos. Horrível!
Liberados, seguimos caminho. Pouco adiante uma barreira
interrompe a viagem. Estavam fazendo uma filmagem com um ator em uma moto, em
plena rodovia (????).
Mais adiante um policial nos parou em uma barreira para que entregássemos o documento de liberação da aduana. Se tivéssemos passado reto teríamos
problemas, pois não nos permitiriam passar.
Chegamos em Mendoza as 19h30min. A temperatura variou de 1,5
a 11 graus. Hospedamos-nos no Hotel Cristal, muito bom.
Dia 18
Tomamos nosso café da manhã, que como de costume é muito
fraco e fomos trocar alguns dólares, pois nos faltavam pesos argentinos.
Visitamos algumas lojas para comprarmos algumas recordações
.
Ao meio-dia partimos em direção a Córdoba.
Rodamos pela RN 7, 146. Era comum o cultivo de uvas e pêssegos ao longo da
estrada.
Seguimos pela RN 20, toda pavimentada com concreto. Excelente!
Não se via uma construção era campo a perder de vista em
toda a estrada.
Como estava tarde para ir até Córdoba resolvemos pousar em
Villa de Merlo, cidade pequena mas muito legal. É uma cidade turística.
Hospedamos-nos no Residencial Castelar, muito bom.
Dia 19
Após o café o Márcio foi levar a moto para uma regulagem de
corrente. Eu fiquei no hotel organizando minhas coisas.
Merlo tem muitos hotéis. Lembra Gramado/RS, mas não tão
bonita.
A alguns kms de Merlo pegamos uma ventania muito forte, com
poeira que mais parecia neblina. Foi muito cansativo. Foi o dia todo
percorrendo uma estrada sem curvas, excelente pavimento e com pouco movimento.
Ao final da tarde paramos na cidade de Cañada de Gomez. Como
Mendoza, Cañada é uma cidade planejada, movimentada, sem semáforos e, por onde
passei, sem faixa para pedestre.
Instalamos-nos no hotel Genga Hnos. Razoável. Fomos jantar.
Hoje percorremos as Rutas 1, 30, 158 e 9.
A temperatura variou entre 7 e 23 graus.
Dia 20
O café é servido às 8h. Muito ruim.
Viajamos o dia todo.
Novamente, em Entre-Rios dois policiais argentinos corruptos
nos pararam alegando que havíamos passado por uma rótula alguns quilômetros
atrás em alta velocidade e que havíamos sido filmados por câmaras colocadas na
estrada. Mentira das mais grosseiras. No final, depois de muita conversa
marchei com R$200,00. Espero que esse policial corrupto faça bom uso do
dinheiro.
Já estava noite quando chegamos na aduana em Paso de los
Libres. Como estava tarde e tinha pouco movimento os trâmites foram rápidos.
Às 21h estávamos em Alegrete hospedados no Hotel do Vale.
Excelente! Esse hotel, anteriormente era um motel. Os apartamentos são juntos a
garagem. Os donos atuais transformaram em um hotel, como outro qualquer.
Recomendo. Vale lembrar que foram retirados os canais adultos. A programação da
TV é a normal. Possui restaurante.
Dia 21
Pela primeira vez depois de vários dias tomando cafés da
manhã muito fracos, estamos tomando um excelente café, tinha várias frutas,
cucas, etc.
Partimos para a última etapa da viagem.
A 100km de Porto
Alegre começou a chover e foi assim até Porto Alegre.
DADOS DA
VIAGEM
Valor do
Dolar: R$ 2,17
Integrantes:
Márcio Ramos com uma Versys 650
Nelson Griza Ballardin com uma
TDM 900
Distância
total: 7.021 kms
Duração: 15
dias
Brasil – 3 dias
Argentina – 6 dias
Chile – 6 dias
Despesa
1 - Total: R$ 4.701,57 (US$ 2.166,62) ,
sendo R$ 550,00 (US$ 253,45) para os policiais argentinos corruptos.
2 - Gasolina
Brasil:
Litros: 69,1
Reais: 214,06
(US$ 98,64)
Km: 1.111,90
Argentina
Litros: 196,92
Pesos: 1.956,27
(R$718,00 = US$ 330,87)
Km: 3.811,40
Chile
Litros: 106,11
Pesos: 93.839,00 (R$487,00
= US$ 224,42)
Km: 2.098,30
Total
Litros: 372,13
Reais: 1.416,06 (US$ 652,56)
Km: 7.021,3
3 - Pedágio
Brasil: R$4,25 (US$ 1,95)
Chile: $8.008,00 (R$41,50 = US$
19,12)
4 - Alimentação
Brasil: R$28,50 (US$ 13,13)
Argentina: $553,38 (R$226,00 =
US$ 104,14)
Chile: $76.790,00 (R$398,00 = US$ 183,41)
5 - Hospedagem
Brasil: R$115,00 (US$52,99)
Argentina: $ 1.362,00 (R$557,00
= US$ 256,68)
Chile: $153.000,00 (R$793,00 = US$365,43)
6 - Outros
Policiais argentinos: R$ 550,00
(US$ 253,45)
Diversos:
Argentina: $840 (R$
344,26 = US$ 158,64)
Chile: $43.970,00
(R$ 228,00 = US$ 105,06)
Conclusão
É uma viagem fantástica,
onde nos deparamos com altas e baixas temperaturas (de -9 a 40º Celcius); no
geral ótimas estradas; lugares fantásticos.
O fato negativo, como outros relatos de viagens, ficou com
alguns policiais argentinos, que insistem em extorquir dinheiro dos turistas
brasileiros. São pessoas que não merecem a farda que vestem desonestos e
ladrões.
O chile me impressionou pela baixa densidade populacional da região por onde circulamos; pelas poucas cidades que, na maioria, são pequenas, limpas e muito bonitas. Com certeza, voltaria ao Chile para passar alguns dias nessas cidades. O Pacífico também me impressionou por sua águas que são cristalina e sem poluição e de um colorido vibrante.